quarta-feira, 16 de maio de 2007

Saúde - Medicamentos anorexígenos podem causar efeitos colaterais

Médico alerta sobre o uso de medicamentos por pessoas que não precisam emagrecer

Reportagem - Clênia Marques
Edição - Rachel Dourado

Ficar com um corpo mais bonito é o sonho de quase todas as mulheres. Entre as formas de emagrecimento mais utilizadas estão os medicamentos anorexígenos. Mas para tomar esses remédios é necessário muita atenção. O uso inadequado pode causar efeitos colaterais como, irritabilidade, depressão, perda de memória e alucinações.

Em uma entrevista à TV Terra (portal de notícias) sobre o uso de medicamentos para emagrecer, o médico Bruno Geloneze, secretário-geral da Associação Brasileira Para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica - ABESO, explicou como deve ser usado esse tipo de remédio.

Segundo o médico, os medicamentos devem ser usados em conjunto com outros três pontos. Primeiro deles motivação. "Muita motivação para que a pessoa que quer emagrecer também faça os outros dois pontos mais importantes, que são a atividade física e um planejamento da alimentação". Geloneze completa que a medicação só entra para dar apoio aos três pontos.

O médico afirmou que boa parte das pessoas que estão solicitando remédios aos profissionais não têm sobrepeso, são aquelas gordinhas, e não têm problemas de saúde. Portanto, não precisam emagrecer ou usar medicamentos.

Uso inadequado
O médico também afirma que outro grande problema é que profissionais concedem receitas sem fazer exames para identificar se a pessoa realmente necessita.

A funcionária pública Maria das Graças Santana, 46, quando sente que está gorda, toma remédios para emagrecer. Aos 26 anos de idade, depois de ter duas filhas, Maria das Graças não estava satisfeita com seu corpo. Por indicações de amigas, procurou um endocrinologista que receitasse um medicamento para perder peso.

No entanto, ela não faz reeducação alimentar e toma um remédio manipulado, que contém ingredientes com anfepramona (inibidor do apetite), fluoxetina (reduz ansiedade), diazepan (evita insônia), cáscara sagrada (para soltar o intestino) e tiratricol (para acelerar o metabolismo).

A funcionária pública afirma que emagrece. Segundo ela, os remédios causam várias reações desagradáveis como boca seca, depressão, tonturas, euforia repentina, enjôos e, às vezes, muito sono.
Anvisa quer controlar a venda de remédios para emagrecer
Tomar medicamentos para emagrecer parece até dar um bom resultado, mas esses remédios podem causar transtornos. E para ter controle sobre as vendas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, esse é um programa informatizado de captura e tratamento de dados para monitorar a produção, circulação, comércio e uso de medicamentos sujeitos a controle especial. As farmácias devem se cadastrar no sistema a partir de maio. Esses estabelecimentos deverão adotar o SNGPC até maio de 2008.

Em Goiânia, a diretora do departamento de vigilância sanitária municipal, Mirtes Bezerra, afirma que o objetivo desse programa da Anvisa é impedir a falsificação e venda de receitas de controle especial. " A intenção é saber quem compra, quem vende".

Controle
A diretora da Visa municipal afirmou que o órgão está com projetos para ter mais controle na venda dos remédios. Mirtes alerta que deve ser feito antes de tomar esses medicamentos exames, pois eles podem causar dependência química e psíquica.

Segundo informações do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas, o uso de medicamentos controlados no Brasil, principalmente os anorexígenos, é um dos maiores do mundo. Os remédios para emagrecer dividem-se em inibidores de apetite e bloqueadores de gordura. É importante ressaltar que a utilização de medicamento para emagrecer deve ser acompanhada por um médico especialista.


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