quarta-feira, 23 de maio de 2007

Direito negado - Estudantes relatam desrespeito

Direitos dos trabalhadores estudantes no mercado de trabalho, não são respeitados


Suellem Mendes e Mariana Pereira – 3º período – Produção e redação Jornalística
Edição - Monique Arruda

O Regime Jurídico do Trabalhador-Estudante, um conjunto de leis, aprovadas desde 1997,que abrange desde a carga horária de trabalho a períodos de licença sem perda de remuneração. Esse estatuto é desconhecido pela maioria, segundo Ilma Maria de Oliveira, secretária de Políticas Sociais da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Na enquete realizada com 90 alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade Propaganda e Direito da Universidade Católica de Goiás. Constatou-se que cerca de 80% dos estudantes nunca ouviram falar desse estatuto, 10% sabem da existência, mas não conhecem o conteúdo e 10% conhece e sabe o conteúdo. Na opinião da secretária, o desconhecimento faz com que muitos fiquem no prejuízo. "Acho que a sociedade, por não conhecer, não luta, e aí não tem acesso a vários benefícios", afirma Ilma Maria.
Cristiane Fernandes, advogada de causas civis e trabalhistas há 17 anos, mostra o outro lado dessa via de mão dupla. "Se os patrões seguissem isso à risca, certamente a empresa iria à falência." É a velha lei de oferta e procura, se um não quer, tem quem queira.

Dados
De acordo com pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de mulheres de 15 a 24 anos que trabalham e estudam no Brasil representa 25,3% da população feminina. Na região Centro-Oeste, esse número chega a 27,5%. É o caso de Tiago, de 21 anos, funcionário administrativo de uma empresa em Goiânia, com carga horária semanal de 44 horas – divididas em 8 horas diárias na semana e 4 horas aos sábados. Além dessa jornada de trabalho, Tiago freqüenta o curso de Ciências Contábeis e tem aulas aos sábados pela manhã. "O problema disso, é o cansaço. Já chego super tarde da faculdade e tenho que acordar muito cedo para poder cumprir meu horário".

Ilma afirma que a CUT tem vários projetos para ajudar no reconhecimento desses diretos, entre eles, o Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora. Ela admite que as formas de comunicação e divulgação do órgão precisam ser melhoradas mas que já existem alguns meios. "Há um canal de televisão que vai ao ar aos sábados à noite, mas não é acessível à maioria por ser em TV a cabo. Tem também o site e fontes de pesquisa, mas não são muito divulgados", conclui.

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