Edilaine Pazini
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o aparecimento de novas profissões, estudantes se vêem indecisos na hora da escolha. Segundo pesquisa realizada pela USP, 44,5% dos alunos abandonam o curso.
Durante toda a infância, as crianças convivem em seu mundo, rodeado de brincadeiras, fantasias e muita imaginação. Mas quando o assunto é profissão, todas parecem seguras quanto à carreira que irão seguir. Serão médicos, jogadores de futebol, astronautas, bombeiros, cientistas, policiais e professores. Todos felizes e realizados, sem dúvidas ou questionamentos.
Nem tudo continua perfeito, as perguntas crescem, junto com a pressão dos pais, amigos e professores. A escolha da carreira passa a ser o pesadelo na vida do estudante.
A psicóloga Lemídia Pereira afirma que, na maioria das vezes, os pais não conseguem se realizar profissionalmente e insistem em encontrar nos filhos a possibilidade de ter a profissão que tanto sonhavam. ''Os pais não podem deixar totalmente livre, mas não devem interferir na escolha, eles precisam mostrar os prós e contras'', aconselha ela. Segundo a psicóloga, a orientação vocacional é boa opção, pois ajuda a reunir informações e isso reflete de maneira positiva para o aluno.
Opção para os indecisos
Para auxiliar os alunos na sua escolha, a tendência é que os colégios ofereçam cada vez mais disciplinas optativas voltadas ao mercado de trabalho. Matérias como Linguagem Arquitetônica, Biologia Experimental, noções de Direito, Linguagem Fotográfica e Comunicação e Marketing já estão no currículo de algumas escolas particulares do País.
A escolha é realmente difícil. No Brasil, são 150 opções de cursos diferentes, o que faz com que as dúvidas se juntem a tantas oportunidades.
Por esse motivo, tantos jovens entram na faculdade e abandonam ou vivem insatisfeitos com o curso que escolheram. Este é o caso do estudante Pedro Henrique Teodoro, 20. Ele sempre teve aptidão para o desenho, tanto é que começou o curso de Artes Visuais. Porém, por pensar em retorno financeiro, resolveu optar pela carreira militar – área pela qual também sempre manifestou interesse. “Sempre tive vontade de prestar um concurso, especialmente nesta área. Hoje, vejo que fiz a escolha certa”, avalia. Quanto ao amor pelos desenhos, Pedro resigna-se: “Os desenhos, vou deixar para quando me aposentar”.
A idade também é um grande problema, pois ainda durante a adolescência é preciso decidir, em meio à pressão do vestibular, o futuro profissional. O estudante Ricardo Pegoraro, 20, conviveu com o problema da idade. Ele entrou na faculdade aos 16. "Quando passei no vestibular era muito imaturo e aventureiro, queria fazer tudo com as próprias mãos".
O estudante cursou Biologia e Direito, desistiu dos dois, foi trabalhar na área empresarial e iniciou o curso de Administração. "Senti a necessidade de voltar a estudar, já estava na área e tinha um bom emprego. Hoje sei que vou ser um bom profissional, pois estou fazendo o curso que quero”, acredita.
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