quarta-feira, 28 de março de 2007

Comportamento- Pichar arte ou vandalismo

Jovens de várias classes sociais arriscam suas vidas para divulgar o que chamam de arte proibida.

Lara Machado


A ousadia de alguns garotos é algo que impressiona qualquer um. Eles são adolescentes de todas as idades e classes sociais que desafiam desde a policia até leis da gravidade pichando muros e prédios públicos todos os dias em Goiânia. Eles usam de tinta para sapato até spray, e se dividem em grupos de no máximo cinco, divulgando o que eles chamam de arte proibida. Para não serem reconhecidos, eles usam apelidos curiosos como Skol, Kajuru, Rust, Nariz entre outros.
A pichação pode ser feita por qualquer um, não tem idade para começar nem para parar, não existe nenhum segredo já que as letras são as mesmas do alfabeto normal, um pouco mais estilizadas. Os sprays não podem ser vendidos a menores de idade, mas, segundo eles, é muito fácil de ser comprado por qualquer um. A venda desses produtos não é fiscalizada.
Os pichadores não esperam nenhuma revolução social, só querem se tornar conhecidos entre as turmas, que é por eles chamadas de galera. As galeras não tem nenhum critério para sua divisão, geralmente é formada por um grupo de amigos do mesmo bairro, escola ou região, as mais numerosas são GAP (Guerrilheiros anti-playboy), GRA (Grafiteiros de rua em ação) e DZS (Demônios zona sul). O numero de meninas entre os pichadores vem aumentando, mas elas não são bem vindas entre eles e recebem apelidos não muito bonitos, “Maria ganguera” e “pioi de galera”.
Na opinião deles o centro da cidade é o lugar mais difícil de pichar por ser muito movimentado. Segundo os garotos, se forem apanhados pela policia eles tem a roupa pichada, apanham e são levados para a DPIJ (Delegacia de Policia da Infância e Juventude). Quando questionados sobre vandalismo e crime Kajuru e Skol dão uma frase como resposta, “Pichar é crime num país onde roubar é arte”.
A opinião de todos é unânime quando se trata do maior pichador de Goiânia, Pokazo, “Ele já pichou o décimo andar de um prédio em construção no centro da cidade, e de cabeça pra baixo, ele é o cara que tem mais pichados. Mas os mais bonitos são do Korea” conta nariz que picha desde os 12 anos.

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