Editor de política do jornal Tribuna do Planalto fala sobre a cobertura do jornalismo político
Gustavo Rezende
O editor chefe e do caderno de política do jornal Tribuna do Planalto, Vassil Oliveira, deu palestra na UCG esta segunda feira, dia 16 de Abril. Vassil declarou que sua editoria é a menos atraente para a maioria dos jornalistas. "É uma editoria onde você tem que entrar fundo no assunto. A maioria não está disposta a tanto", conta.
Segundo ele, poucos profissionais estão interessados a "entrar no mundo da política". Essa imersão depende do estudo aprofundado do que está atrás dos fatos. Não basta o conhecimento só do momento, mas de sua história de semanas, meses ou anos atrás. "São personagens, leis e projetos que só entendemos quando buscamos seus antecedentes", explica o jornalista.
Vassil defende que as fontes de política são mais duvidosas que nas outras editorias. Um número muito maior delas devem ser ouvidas para se chegar a conclusões. Essas fontes costumam ser políticos, funcionários públicos e sindicalistas com seus próprios interesses. "Uma matéria de política onde você ouve cinco fontes não é boa. Ouça dez, vinte pessoas", comentou Vassil.
Contraditório, o jornalista afirmou que confia plenamente em uma de suas fontes. Uma que é
justamente um político. Vassil não declarou seu nome, alegando que é inevitável desenvolver confiança com fontes que se provam transparentes.
O editor do jornal admitiu a diferença brusca entre a notícia que chega aos leitores e as informações que ficam nos bastidores. "Às vezes, o que sai no jornal é uma coisa, mas a verdade é outra", confessou. Segundo ele, muito deixa de ser publicado por falta de provas. "Mas a minha ordem no jornal é de tentar verificar toda a informação", justificou Vassil.
Para o jornalista, a ética da profissão é uma "ética acadêmica", difícil de ser vivida na prática. "O que pesa na hora de decidir é sim a moral, os valores pessoais de cada um", afirmou Vassil. "Altuns têm, outros não". Segundo ele, a ética teórica não leva em conta os problemas reais da vida do profissional. E citou seu próprio caso, pai de três filhos, que não poderia deixa-los de lado ao tomar decisões sobre sua carreira.
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