Custo alto do computador não é fator determinante para a falta de acesso à Internet. Muitas pessoas resistem à tecnologia e não usam porque não querem ou consideram desnecessário
Denise Rasmussen
No Brasil ainda não há um indicativo de índice alto para o uso da Internet. A sua popularização, ao contrário do que muitos pensam, ainda não existe, pois não alcança todas as classes sociais. Muitas casas não possuem computador e outras o têm como um eletrodoméstico. O preço do acesso e dos equipamentos necessários são obstáculos para muitos brasileiros, mas não é a única causa.
Atualmente, ter um computador em casa é indispensável para o cotidiano. As exigências do mercado obrigam essa aquisição, seja no trabalho, na escola ou faculdade. Quem tem acesso à internet tem dificuldade em entender como outras pessoas conseguem viver sem.
Débora Noleto, 25, é universitária e acessa a internet por um período de 5 horas todos os dias da semana. Normalmente utiliza no trabalho e em casa, por meio de banda larga devido a rapidez de acesso. Ela busca entretenimento e sempre utiliza programas de bate-papo. “A Internet facilita a comunicação e é indispensável. Sempre falo com meus pais, que moram no exterior, por ela através de mensagens de texto e de voz”, afirma.
Dados
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, em 2005, o percentual de pessoas com 10 anos ou mais que utilizaram a Internet em Goiás foi de 18,9%. O maior índice foi no Distrito Federal com 41,1%, seguido por São Paulo com 29,9%.
Mesmo com o governo facilitando a compra de computadores por preço mais baixo, porém a aquisição não é possível por todos. Em muitos casos, a pessoa tem um computador que não atende às exigências atuais. O equipamento de hoje é ultrapassado muito rápido.
A aceleração da tecnologia cria obstáculos para as classes menos favorecidas, excluindo-as de acompanhar as mudanças. Se um computador “ultrapassado” dá defeito, por exemplo, é mais fácil comprar um novo do que consertá-lo, dependendo do defeito, pois o custo do conserto pode ser mais caro.
A internet banda larga não está acessível a todos. Não chega a ser algo de luxo como quando surgiu, mas as classes baixas não se podem “dar a essa ousadia”, quando o que recebem por mês é muito pouco e mal dá para a alimentação da família.
Utilização
De acordo com o IBGE, na mesma pesquisa em 2005 das pessoas que possuem computador, 52,1% da população utiliza somente banda larga; 41,2% utilizam somente acesso discado e 6,2% utilizam os dois tipos de acesso.
O preço da banda larga popularizou-se se comparado com o seu surgimento. Assim como outras tecnologias como o computador, celular, monitor de cristal líquido, câmera digital, etc. À medida que a tecnologia evolui o preço do novo chega a ser mais barato do que o de um equipamento antigo.
O IBGE classificou, em percentual, as pessoas que não utilizaram a internet no período pesquisado em 3 situações - 37,2 % não utilizaram porque não tiveram acesso ao computador; 20,9% porque não queriam ou porque julgaram desnecessário; 20,5% porque não sabiam utilizá-la e 9,1% porque o custo do computador era alto.
A internet seduz principalmente pessoas dos 30 aos 39 anos no Centro-Oeste, de acordo com os dados do IBGE. Em segundo lugar estão os jovens dos 20 aos 24 anos. Interatividade, comunicação em tempo real, transmissão de dados e voz, jogos on-line, notícias quase em tempo real, vídeos, músicas e proximidade com o mundo são atrativos utilizados pela rede para atrair cada vez mais pessoas.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
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